Para o professor Francisco Tupy, Minecraft pode entrar nas salas de aula para permitir que alunos expressem suas individualidades.
Em palestra ministrada nesta quinta-feira (28) durante a Campus Party, em São Paulo, o professor do Colégio Visconde de Porto Seguro falou sobre como o game de construção com blocos ajuda pedagogos a identificar as personalidades de cada estudante, além de incentivarem o aprendizado e o pensamento criativo dos jovens.
"Cada pessoa tem seu próprio modo de ver o mundo. Se eu peço para 30 dos meus alunos projetarem uma casa no 'Minecraft', terei 30 conceitos completamente diferentes de casas", explicou. "No jogo, cada um projeta o que quer, o que sabe, o que gosta".
Tupy acredita que, como uma ferramenta livre, "Minecraft" permite que os estudantes se expressem melhor em "um mundo de uniformidades".
"Todo mundo tem o mesmo celular, os mesmos aplicativos, conversa com os amigos por texto utilizando a mesma fonte. O 'Minecraft' é um espaço em que cada um pode ser de sua própria maneira", disse o professor.
O professor explica que o jogo de construção permite que os alunos aprendam o processo do desenvolvimento de uma ideia, passando da fase da abstração para a realização com passos simples. "Eles também entendem que uma ideia só é boa quando é factível. Se algum aluno me aparece com uma ideia absurda, digo: 'Então vá lá e faça'. Se eles não conseguem, eles passam a entender o valor de planejar um projeto com inteligência", afirmou.
Segundo Francisco Tupy, o maior desafio do projeto é encontrar uma maneira de fazer com que os alunos usem o conhecimento obtido no game também no mundo real; "É um processo que começa na brincadeira, passa para o interesse e a paixão, e depois se transforma em propósito".